domingo, 16 de setembro de 2012

Depoimento em comemoração aos 20 anos do Libera


Se a memória não me falha, comecei a receber o Libera entre os anos 2002 e 2003. Ainda há pouco, eu e um amigo havíamos decidido criar um informativo, o Eidos info-zine, para discutirmos temas que não eram discutidos e abordados no espaço editorial das folhas que existiam e circulavam em Patos de Minas. Com o objetivo de mostrar a outra face da capital do milho, nós começamos a usar este veículo alternativo de comunicação para denunciar a exploração econômica e a opressão política presentes na cidadela dos Porto, Nascimento e companhia ilimitada.
Embora o Eidos não tivesse uma identidade ideológica bem definida quando surgiu, aos poucos ele foi caminhando para o anarquismo. Evidentemente, que esse processo não se deu do dia para a noite, pois apesar de termos muita afinidade com a sua prática, tínhamos pouco, ou até mesmo nenhuma, com a sua teoria. Portanto, quando ouvi falar do Libera e me pus a procurar o endereço do CELIP na internet, se não me engano, eu objetivava justamente sanar essa carência teórica. Em pouco tempo, o companheiro Renato me enviou o primeiro pacote com um número significativo de Liberas, cuja periodicidade correspondia a quase todo o ano de 2002.
Desde então passei a receber com certa regularidade o Libera e, por isso, tive a oportunidade de me inteirar das principais conquistas alcançadas pelo grupo que o animava. Nesse sentido, foi sempre com grande satisfação que tomei conhecimento dos informes acerca da fundação da FARJ, das primeiras tentativas de trabalho e inserção social junto ao movimento dos sem-teto, da abertura do Centro de Cultura Social e da Biblioteca Social Fábio Luz, da criação do Cursinho Pré-Vestibular Comunitário, só para citar algumas que me vem à mente.
Fazendo uma análise retrospectiva, percebo que, quase 10 anos depois, eu não poderia ter tomado atitude mais acertada do que ter levado adiante esse contato com os companheiros do Rio, já que foi através dos artigos que eu li no Libera, que pude conhecer de forma mais acurada a história e atualidade do pensamento e movimento anarquista, o que foi essencial para a minha formação política.
Hoje o Libera está prestes a completar o seu vigésimo aniversário e, por isso, gostaria de parabenizar os companheiros da FARJ por terem mantido atados os fios entre o passado e o presente, permitindo a ligação entre as velhas e as novas gerações de militantes desta tradição revolucionária que luta pela construção de uma sociedade em que não existam mais explorados e exploradores e nem dominados e nem dominadores, enfim por uma sociedade anarquista.

Vida longa ao Libera e a FARJ!!!

Viva a revolução e o socialismo libertário!!!

Thiago Lemos Silva (Coletivo Mundo Ácrata)
Patos de Minas. Minas Gerais /08/02/2011.



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