Se a memória não me
falha, comecei a receber o Libera entre os anos 2002 e 2003. Ainda há pouco, eu
e um amigo havíamos decidido criar um informativo, o Eidos info-zine, para
discutirmos temas que não eram discutidos e abordados no espaço editorial das
folhas que existiam e circulavam em Patos de Minas. Com o objetivo de mostrar a
outra face da capital do milho, nós começamos a usar este veículo alternativo de
comunicação para denunciar a exploração econômica e a opressão política
presentes na cidadela dos Porto, Nascimento e companhia ilimitada.
Embora o Eidos não
tivesse uma identidade ideológica bem definida quando surgiu, aos poucos ele
foi caminhando para o anarquismo. Evidentemente, que esse processo não se deu
do dia para a noite, pois apesar de termos muita afinidade com a sua prática,
tínhamos pouco, ou até mesmo nenhuma, com a sua teoria. Portanto, quando ouvi
falar do Libera e me pus a procurar o endereço do CELIP na internet, se não me
engano, eu objetivava justamente sanar essa carência teórica. Em pouco tempo, o
companheiro Renato me enviou o primeiro pacote com um número significativo de
Liberas, cuja periodicidade correspondia a quase todo o ano de 2002.
Desde então passei a
receber com certa regularidade o Libera e, por isso, tive a oportunidade de me
inteirar das principais conquistas alcançadas pelo grupo que o animava. Nesse
sentido, foi sempre com grande satisfação que tomei conhecimento dos informes
acerca da fundação da FARJ, das primeiras tentativas de trabalho e inserção
social junto ao movimento dos sem-teto, da abertura do Centro de Cultura Social
e da Biblioteca Social Fábio Luz, da criação do Cursinho Pré-Vestibular Comunitário,
só para citar algumas que me vem à mente.
Fazendo uma análise
retrospectiva, percebo que, quase 10 anos depois, eu não poderia ter tomado
atitude mais acertada do que ter levado adiante esse contato com os
companheiros do Rio, já que foi através dos artigos que eu li no Libera, que
pude conhecer de forma mais acurada a história e atualidade do pensamento e
movimento anarquista, o que foi essencial para a minha formação política.
Hoje o Libera está
prestes a completar o seu vigésimo aniversário e, por isso, gostaria de
parabenizar os companheiros da FARJ por terem mantido atados os fios entre o
passado e o presente, permitindo a ligação entre as velhas e as novas gerações
de militantes desta tradição revolucionária que luta pela construção de uma
sociedade em que não existam mais explorados e exploradores e nem dominados e
nem dominadores, enfim por uma sociedade anarquista.
Vida longa ao Libera e a FARJ!!!
Viva a revolução e o socialismo
libertário!!!
Thiago Lemos Silva (Coletivo Mundo
Ácrata)
Patos de Minas. Minas Gerais /08/02/2011.
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