segunda-feira, 26 de agosto de 2013

V Simpósio Temático: “Educação, Cultura e Filosofia – aproximações”


Dias: 05 e 06/09/2013
Local: Anfiteatro da Biblioteca - Bloco B
Horário: 19 às 23 horas
Realização: Cursos de História e Pedagogia do UNIPAM
Parceria: Curso de Letras

O Simpósio Temático“Educação, Cultura e Filosofia: aproximações”, desde 2009, inaugurou uma série de debates no interior dos Cursos de História, Letras e Pedagogia do UNIPAM, contemplando a contribuição de importantes pensadores e suas reflexões acerca da educação, cultura e filosofia. Na mesma orientação dos anteriores, nesta quinta edição do evento, pretendemos irrigar o debate, abordando personalidades do pensamento ocidental, na área de Ciências Humanas. O Simpósio é aberto a todas as pessoas interessadas no campo de estudo das Humanidades.


Quinta-feira – dia 05 de setembro
19 horas – Abertura: Prof. Me. Marcos Antônio Caixeta Rassi
19 h 15 min: Autora: Helena Antipoff– Conferencista Profa. Me. Fernanda do Valle Corrêa Ramos
20 h 15min - Autora: Cecília Meireles – Conferencista Prof. Esp. Simone de Fátima Caixeta
21 h 15 min – Autor: Oscar Niemeyer – Conferencista Esp. Alex Castro Borges

Sexta-feira – dia 06 de setembro
19 horas - Autora: Lídia Weber – Conferencista: Fernanda Caroline de Melo Rodrigues
20 h 15min - Autor: Cornelius Castoriadis – Conferencista Prof. Me. Thiago Lemos da Silva
21 h 15 min – Autor: Primo Levi – Conferencista Prof. Me. Carlos Roberto da Silva



Inscrições
Período: 26.08 a 05.09 - (Vagas Limitadas)      
Local:             Site     www.unieventos.unipam.edu.br
Pagamento da taxa de R$ 2,00: + um caderno brochurão (Laboratório de Pedagogia – 1º piso – Bloco M)

domingo, 14 de julho de 2013

IV FEIRA ANARQUISTA DE SÃO PAULO

A Biblioteca Terra Livre organiza a IV Feira Anarquista de São Paulo, dando continuidade ao já tradicional encontro anual de anarquistas e simpatizantes do mundo inteiro.
Na edição deste ano, assim como nas anteriores, acontecerá mostra editorial e venda de livros, jornais, revistas, fanzines e outros materiais libertários. A Feira de São Paulo pretende reunir editoras libertárias do país e do exterior.
Paralelamente à mostra editorial haverá dezenas de palestras e debates, assim como diversas atividades culturais, como exposições, poesias, apresentações teatrais, musicais e outras atividades.
Todas e todos estão convidados!
Data: Domingo 10 de novembro de 2013
Horário: das 10h às 20h
Local: Espaço Cultural Tendal da Lapa
Rua Constança, 72 – Lapa, São Paulo, SP, Brasil
Próximo à estação de trem e terminal de ônibus Lapa.
Entrada Gratuita.
Organização:
Biblioteca Terra Livre http://bibliotecaterralivre.noblogs.org
Caixa Postal 195
CEP: 01031-970 São Paulo, SP – Brasil

COMO PARTICIPAR OU COLABORAR

Grupos, coletivos, editoras e publicações anarquistas interessadas em participar e, ou, expor seus materiais pessoalmente entrem em contato pelo e-mail feiraanarquista(a)gmail.com
Se você não puder comparecer, há maneiras de se envolver com a Feira:
* Grupos e coletivos: podem enviar panfletos e, ou, painéis com informações sobre suas atividades para exposição das práticas anarquistas no mundo ou então enviar um video explicando o projeto que desenvolvem e o histórico do grupo.
* Editoras e publicações anarquistas: podem enviar seus materiais que nos encarregaremos da exposição e venda.
* Artistas: (amadores ou profissionais) podem criar e enviar um cartaz para a divulgação da feira. Mais informações para o envio de cartazes em http://feiranarquistasp.wordpress.com/cartazes/

COLÓQUIO INTERNACIONAL CIÊNCIA E ANARQUISMO 11 a 14 de NOVEMBRO de 2013 – FFLCH, USP

Ao longo dos últimos anos a Biblioteca Terra Livre tem concentrado esforços com o intuito de difundir as ideias anarquistas nos mais variados espaços. Nosso trabalho de difusão busca propagar as ideias libertarias tanto através de meios materiais (livros, livretos, filmes, etc.) como por meio da organização de atividades públicas (cineclubes, debates, seminários, feiras e colóquios). Nos últimos dois anos tivemos a experiência de realizar o Colóquio Internacional Élisée Reclus e a Geografia do Novo Mundo, em 2011, em conjunto com o Laboratório de Geografia Política da Universidade de São Paulo, bem como de realizar em 2012 o Colóquio Internacional Educação Libertária: 100 anos da Escola Moderna de São Paulo. Este segundo colóquio não contou com nenhum apoio ou participação institucional, sendo organizado pelos membros da Biblioteca e através do apoio de alguns companheiros e companheiras.
Outro fato importante na organização deste segundo Colóquio foi a participação de diversos indivíduos e grupos que através de um esforço coletivo se cotizaram para estar presente e compartilhar experiências de suas práticas. Ao longo do evento contamos com a participação de membros da Fédération Anarchiste – FA (França), Grupo de Estudios José Domingo Goméz Rojas (Chile), Federación Libertaria Argentina – FLA (Argentina), Ateneu Heber Nieto (Uruguai), bem como de pessoas e grupos de diversas partes do Brasil.
A experiência proveniente deste encontro nos estimulou a tentar ir mais longe. Para este ano organizaremos, no mês no novembro, o Colóquio Internacional Ciência e Anarquismo, com o intuito de tencionar sobre a produção do conhecimento científico a partir de uma perspectiva anarquista.
A estrutura do evento está sendo pensada na forma de mesas temáticas por área de conhecimento. Nossa intenção é possibilitar a um grande público uma reflexão que tem estado ausente nos espaços “tradicionais” de produção do conhecimento. O intuito do Colóquio é mostrar que o anarquismo, além de sua perspectiva teórica de análise e produção do conhecimento, também é uma prática de organização, onde através da auto organização os grupos e indivíduos se apoiam mutuamente a fim de garantir uma ação comum.
Nós entendemos que os esforços e os trabalhos para garantir o financiamento para a vinda de companheiras e companheiros para São Paulo é algo muito oneroso e demanda muito esforço, mas entendemos que as possibilidades que podem ser criadas fazem valer os esforços.
A fim de tentar possibilitar um apoio econômico e ampliar os espaços de diálogo e ação, organizaremos na véspera do Colóquio a IV Feira Anarquista de São Paulo. Esperamos que com a realização da Feira Anarquista em conjunto com o Colóquio possamos permitir uma ampla possibilidade de trocas e contatos durante o período, bem como a possibilidade de cada um dos grupos e indivíduos buscarem um apoio econômico com a venda de alguns materiais durante a Feira e o Colóquio.

 https://cienciaeanarquismo.milharal.org

terça-feira, 11 de junho de 2013

Lançamento do livro “Pela Educação e Pelo Trabalho e outros escritos” de Adelino Tavares de Pinho (Uberlândia e Patos de Minas)






O Coletivo Mundo Ácrata e a Biblioteca Terra Livre convida a todos e todas para o lançamento do livro “Pela Educação e Pelo Trabalho e outros escritos” de Adelino Tavares de Pinho. O primeiro lançamento ocorrerá no dia 22/06 às 13h30 na UNIPAM, Centro Universitário de Patos de Minas sala 125 bloco M, e o segundo lançamento acontecerá na Universidade Federal de Uberlândia no dia 24/06 às 14h00 na sala H55 bloco H Campos Santa Mônica. 
A proposta é conversar e debater sobre os projetos pedagógicos postos em prática pelos anarquistas no período da Primeira República, assim como também discutir a figura de Adelino dentro do movimento anarquista e seu olhar sobre a educação.
Para esquentar o debate antes dos dias do evento, disponibilizamos um texto de Pinho publicado em 1933 no periódico anticlerical A Lanterna que trata de um tema, infelizmente, ainda hoje muito atual: a presença da igreja nas escolas(http://bibliotecaterralivre.noblogs.org/files/2013/01/Por-Cima-das-Escolas-Paira-as-Garras-Adelino.pdf).

http://bibliotecaterralivre.noblogs.org/
http://wwwacrata.blogspot.com.br/

quinta-feira, 28 de março de 2013

Seminários do Grupo de Estudos em Imaginário, Representação e Ideologias Políticas -Unipam




Programação do 1º Semestre de 2013



06 de abril - O processo de (des/en) cobrimento da psique enquanto imaginação radical: Castoriadis em diálogo com Freud
Ms. Thiago Lemos Silva (mestre em História pela UFU, membro do Coletivo Mundo Ácrata e professor de educação básica na rede particular e pública de ensino)
Texto de apoio: CASTORIADIS,Cornelius. A instituição social-histórica: o indivíduo e a coisa. In: A instituição imaginária da sociedade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982.

13 de abril- Ontologia, ética e política em Alain Badiou
Ms. Ataualpa Sampaio Maciel (mestre em Psicologia pela UFMG, conselheiro do CRP-MG e professor do Curso de Psicologia da FPM)
Texto de Apoio: CAMAROTTI, Lucas . Verdades sem significado: ontologia, ética e política em Alain Badiou. Cadernos de Ética e Filosofia Política (USP), v. 19, p. 77-104, 2011.

18 de maio- Ideologia da objetividade: a realidade como substrato do real
Bruno Castro e Victor Pereira (graduandos em Psicologia pelo Unipam)
Texto de apoio: ROSSI, C. A realidade da realidade. In. SAGAWA, R, Y (Organizador). A Teoria dos Campos na Psicanálise. São Paulo: Hepsyché, 1999. Cap. 2, p.13-35.


15 de junho- A educação no imaginário social contemporâneo
Vinicius de Oliveira Caixeta ( graduando em Psicologia pelo Unipam)
Texto de apoio: FERREIRA, Nilda. T.; EIZIRIK, Mariza. . Educação e Imaginário Social: Revendo A Escola. EM ABERTO, v. 61, p. 5-14, 1994.


Os seminários ocorrerão na sala 112, às 14:00 horas., sempre aos sábados, no Bloco D (antigo prédio da FACISA), do Unipam.


Os textos encontram-se disponíveis para reprodução na xerocadora “RISC E RABISC”, na pasta do nosso grupo.


O grupo se reúne para debater de forma coletiva, com base em uma bibliografia previamente apontada, alguns aspectos relacionados aos temas: imaginário, representação e ideologias políticas, a partir de autores clássicos e contemporâneos, oriundos de diferentes matizes e matrizes: filosofia, história, psicologia, entre outras áreas das humanidades.


Aos que se interessarem por certificados, as inscrições deverão ser feitas no site do UNIEVENTOS http://alunos.unipam.edu.br/Inscricao/EventoVersao/Index?ReturnUrl=%2finscricao

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

O GRUPO DE ESTUDOS EM IMAGINÁRIO, REPRESENTAÇÃO E IDEOLOGIAS POLÍTICAS convida a todos para sua próxima reunião.





Tema a ser debatido: O (des/en)cobrimento da psique enquanto imaginação radical: Castoriadis em diálogo com Freud.



Texto de apoio: CASTORIADIS,Cornelius. A instituição social-histórica: o indivíduo e a coisa. In: A instituição imaginária da sociedade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982.


Data: dia 01 de fevereiro, às 15:00 horas.

Local: sala 304, Bloco D (antigo prédio da FACISA), do Centro Universitário de Patos de Minas.

O texto encontra-se disponível para reprodução na xerocadora “RISC E RABISC”, na pasta do nosso grupo.O grupo se reúne quinzenalmente para debater de forma coletiva, com base em uma bibliografia previamente apontada, alguns aspectos relacionados aos temas: imaginário, representação e ideologias políticas, a partir de autores clássicos e contemporâneos, oriundos de diferentes matizes e matrizes: filosofia, história, psicologia, entre outras áreas das humanidades.







quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Comuna de Paris - Entrevista com Alexandre Samis - Tv Petroleira/Sindipetro


Da apatia à ação: o despertar da classe operária brasileira durante a greve geral de 1917*



LOPREATO, Christina da Silva Roquette. O espírito da revolta: a greve geral anarquista de 1917. São Paulo: Annablume, 2000.


Desde o final do século XIX e o início do século XX, o Brasil deu início a uma intensa política de imigração; sendo que no período subseqüente à abolição do regime escravista (1888) esse processo foi consideravelmente acelerado. Os imigrantes, compostos por homens e mulheres vindos de diferentes países do continente europeu, tais como Alemanha, Itália, Espanha e Portugal, chegaram no Brasil, em especial no estado de São Paulo, seduzidos pela idéia de alcançar uma melhor situação de vida e de, como eles mesmos diziam, “Fazer a América”.
Inicialmente, larga parcela destes trabalhadores foi empregada no meio rural, substituindo os negros (até então escravos) no trabalho agrícola em lavouras cafeeiras. O tratamento endereçado ao trabalhador recém chegado no país carregava consigo, ainda, um acento fortemente escravista, que parecia não reconhecer a liberdade contratual existente nas relações sociais de conteúdo capitalista. Recebendo salários de subsistência, alocados em péssimas moradias, realizando altas jornadas diárias de trabalho,e, até sofrendo castigos físicos, esses trabalhadores começam a perceber que seu sonho estava se transformando em um pesadelo. Insatisfeitos com essa situação, esses trabalhadores começam a se revoltar e fugir das fazendas.
Aqueles que possuíam condições financeiras melhores voltaram para os seus países de origem, aqueles que não, se dirigiram para outros locais dentro do próprio pais, sendo que um número considerável destes se dirigiu para a capital paulista, onde iriam compor um jovem movimento operário, que se formava junto à incipiente indústria brasileira. Juntamente com a corrente imigratória que trouxe os trabalhadores europeus, chegaram também os anarquistas estrangeiros, em sua maioria, procurando refúgio e proteção das perseguições políticas em suas terras natais.
Nessa mudança do cenário rural para o cenário urbano, a situação dos trabalhadores não foi alterada de forma substancial; eles continuavam recebendo salários baixos, moravam em cortiços e eram submetidos a uma grande jornada diária de trabalho. Diante da situação existente na sociedade brasileira, o anarquismo se transformou em uma ideologia forte nos meios operários. De acordo com Lopreato, a semente plantada por trabalhadores e militantes estrangeiros germinou. “A planta exótica do anarquismo floresceu em solo paulista e em outras cidades brasileiras, e foi se revelando uma força política ativa, capaz de fazer adeptos e de mobilizar os trabalhadores em movimentos de protesto contra as mazelas da sociedade burguesa” (p.10).
As duas correntes anarquistas que gozaram de maior expressividade junto ao primeiro movimento operário brasileiro foram os anarquistas sindicalistas e os anarco-comunistas. Apesar das divergências quanto aos alcances e limites da ação sindical, ambos possuíam o mesmo método de luta: a ação direta, que segundo Lopreato “expressa a crença de que o proletariado só se libertará quando confiar na influência de sua própria ação, direta e autônoma, prescindindo de intermediários no conflito capital/trabalho (...), que a classe trabalhadora nada deve esperar de forças externas a ela mesma. Pois é ela que deve criar suas próprias condições de luta e os seus meios de ação.(...). (p. 20)
Aderindo ao anarquismo sindicalista ou ao anarco-comunismo, esses trabalhadores lançaram mão do boicote, da sabotagem e, em especial, da greve, para resistir aos abusos do patronato e Estado brasileiros. Nesse sentido, Lopreato analisa a atuação do movimento anarquista junto ao movimento operário, dando ênfase ao projeto que estes realizaram com os trabalhadores para retirá-los da apatia e incitá-los a ação contra as condições de vida alvitantes impostas pelo nascente capitalismo no Brasil. A partir dessa perspectiva, as greves de 1906, 1912, e, principalmente, a de 1917, “marco histórico no processo da formação da classe operária” (p.216), são vistas como o resultado do enraizamento e duração do princípio político anarquista da ação direta.
Pois é justamente desta última de que nos fala Christina Roquette Lopreato no seu livro “O Espírito da Revolta: a greve geral anarquista de 1917”. Resultado de pesquisa e redação de doutorado defendido em 1996 junto ao departamento de História da Unicamp, o livro se propõe a “recontar a história da greve geral de 1917”, “procurando captar seus desdobramentos e ressonâncias” (p.26).
Depois de um interregno de cinco anos, os trabalhadores paulistas despertaram do seu estado de apatia e resolveram agir. Segundo a autora, no mês de julho de 1917 uma greve geral interrompeu e paralisou grande parte das atividades industriais, comerciais, setor de serviços e o de transporte na antiga paulicéia. De 9 a 16 de julho, cerca de cem mil trabalhadores cruzaram os braços e passaram a exigir dos patrões o reconhecimento de direitos fundamentais tais como: liberdade de reunião, reconhecimento sindical, jornada de oito horas diárias, melhores salários, condições adequadas de trabalho, repouso semanal e o fim do trabalho noturno para mulheres e crianças.
As diversas categorias de trabalhadores em greve: tecelões, marceneiros, pedreiros, chapeleiros, sapateiros, costureiras, lavadeiras, cozinheiras entre outros, desempenharam um papel ativo no processo de discussão de suas reivindicações e na formulação de suas propostas. Como resultado do referido, surgiu o Comitê de Defesa Proletária (CPD) para unir os trabalhadores e coordenar suas ações. Entre os seus membros mais aguerridos destacaram-se os anarquistas Edgard Leunroth e Gigi Damiani.
Com o acirramento do conflito entre capital e trabalho, o governo de São Paulo mobilizou cerca de sete mil soldados para reprimir as manifestações grevistas. O embate físico entre soldados e trabalhadores resultou em três mortes (isso, segundo os saldos oficiais) e centenas de feridos.
Temerosos de que a ação dos trabalhadores se radicalizasse ainda mais, Lopreato argumenta que os industriais começaram acenar para a possibilidade de uma proposta conciliatória, que só ganhou contornos mais definidos após o ingresso dos jornalistas para mediar as negociações. Depois de se reunirem com os jornalistas e discutir a proposta dos patrões e governantes, o CPD convocou os trabalhadores para avaliar a proposta em questão. Atendendo ao apelo do CPD, um número aproximado de dez mil operários compareceram aos comícios realizados nos bairros Mooca, Braz e Ipiranga e deliberaram pelo fim da greve.
A suspensão da greve foi comemorada por toda a imprensa paulistana, que noticiava em suas manchetes a vitória material e moral dos trabalhadores sobre os patrões e os governantes. “A significação moral foi, no entanto, maior que o ganho material”. “Comemorada ao som da Internacional” a autora registra que ela “simbolizou o reconhecimento das pretensões operárias” (p.66).
Na direção oposta das conclusões que muitos historiadores chegaram sobre os alcances e limites das vitórias do jovem proletariado brasileiro, a autora chama a atenção para a conquista da questão social, obtida a partir da ação conjunta desses dois movimentos. De acordo com Lopreato, “num país de forte tradição agrícola em que o escravismo ainda permanecia no imaginário social, foram os operários a mostrar que a transformação do Brasil num país moderno estava a exigir novas regras de convivência social” ( p.218)
Para além do interesse estritamente historiográfico, esta resenha do livro “O Espírito da Revolta” tem também um interesse político. Pois, a greve geral de 1917 confirma uma das verdades mais banais que existe na história, qual seja: os trabalhadores só podem obter as conquistas que são capazes de tomar! Essa reflexão, a meu ver, é primordial tanto aos trabalhadores de ontem quanto aos de hoje.



Thiago Lemos Silva é mestre em História pela UFU, professor de educação básica da rede pública e particular e me,bro do Coletivo Mundo Ácrata.

Nota

* Resenha originalmente publicada em Eidos info-zine, Patos de Minas, nº24,Jun 2010. Disponível em: http://wwweidosinfozine.blogspot.com.br/2010/06/editorial-caros-amigos-nesta-edicao.html